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quarta-feira, 1 de julho de 2015

Livro: Um Gato de rua chamado BOB

Olá Leitores,
Antes de iniciar essa resenha, gostaria de dizer que: ”O bom filho a casa torna.” Agora vamos ao que interessa.

“A história da amizade entre um homem e seu gato”

Título: Um Gato de rua chamado BOB
Autor/a: James Bowen
Editora: Novo Conceito
Páginas: 240

      Para deixar bem claro, o livro narra a trajetória de nosso autor James Bowen, ex-viciado e em processo de recuperação em uma Londres frenética. Assim, o livro é, na verdade, uma biografia muito interessante e construtiva.

   A trama inteira está concentrada ao redor de James, suas inconstâncias com as drogas e seu gato BOB (que muitas vezes eu pensei ser uma personagem humana). 

“Conforme o Natal de 2007 se aproximava e nosso primeiro ano juntos chegava ao fim, nossa vida havia se constituído numa verdadeira rotina. Todas as manhãs eu me levantava e o encontrava esperando pacientemente diante de sua tigela na cozinha.” (pg.115)

   É perceptível que o afeto entre esses dois amiguinhos está muito além do que uma simples amizade, como um episódio do livro em que James está a ponto de se drogar novamente e ao encarar os olhos de seu novo amigo (e o único, diga-se de passagem) a preocupação de desapontá-lo faz com que ele jogue todas as suas mercadorias ilícitas na privada (fui fiel ao livro) e dê descarga para nunca mais colocar as mãos em nada desse tipo. Fala para mim se isso não é chocante?

   O poder que esse felino mais fofo (sou apaixonada por gatos, então desculpe minha compulsão) exerce sobre o protagonista está fora de série. E não para só por ai. Nosso recém saído das drogas passa a exercer uma “profissão livre”, como músico de rua, nos mostrando a todo instante os problemas que enfrenta com isso, como por exemplo, não saber se terá dinheiro suficiente para se alimentar e comprar a ração de BOB.

“Mas não importava em que língua estranha ou maravilhosa fosse dita, a mensagem era quase sempre a mesma. Todo mundo adorava Bob.” (pg. 103)

   A ânsia de nosso narrador-protagonista em melhorar de vida para poder dar melhores condições a Bob me fez muitas vezes sentir dó e pena profunda e a torcer a cada pequeno progresso dos dois. Como havia dito, o livro é baseado em fatos reais, por isso o choque de realidade contido na obra faz com que saiamos de nossas bolhas de conforto e sentirmos os socos no estomago a cada encrenca ou dificuldade que essa dupla fenomenal passa.

   Minha impressão a todo o momento é que o autor estava dizendo “está difícil leitor, mas não quero sua pena, porque mesmo não tendo nada, Bob se tornou minha razão para existir e é por ele que vou lutar.” 

   Não vou me alongar mais, embora essas poucas linhas não tenham ainda passado o peso do livro. A vida de James tinha tudo para dar errado: uma mãe que morava na Austrália, um pai ausente, nenhum parente ou conhecido por perto, sua única relação com ser humano era com uma acompanhante viciada (o que não o ajudava a superar o passado) e a sombra de uma vida nas ruas.

   Enfim essa é uma leitura altamente recomendada para qualquer pessoa, pois pra mim ajudou muita na minha formação como leitora.

   Às vezes precisamos de um pouco de realidade:

“(...) Acho que algumas pessoas considerariam isso irônico. Mas houve momentos em que, preciso admitir, simplesmente não conseguia ver o lado engraçado da coisa.” (pg. 188)
   Leitura forte e marcante... E vocês, o que acharam da resenha de reestréia? rsrs... Comentem, estava morrendo de saudades... Até as próximas resenhas.

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